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terça-feira, 29 de outubro de 2013

Vísceras

   Olá. Entre. Não seja tímido. Sente-se de forma bem confortável em sua cadeira, você vai precisar.
   O que trago-lhes hoje não é algo muito agradável. Enquanto passeava pela internet, mais especificamente, pelo Facebook, a página Literatortura trouxe um conto um tanto quanto... Peculiar. Espere que daqui a pouco mostro-lhes o motivo.
   Primeiro, deixe-me contar-lhes do que se trata.

   Você deve conhecer o autor de Clube da Luta, certo? Sim, aquele Chuck Palahniuk. Um homem tão conceituado mas também não muito normal. Ele escreveu, num certo dia, um conto. Um que passei os últimos minutos lendo. O nome? Vísceras. E antes que eu lhe apresente tal "obra-prima", veja o que o próprio autor falou para o jornal britânico Telegraph sobre quando ele leu, em primeira mão, para centenas de pessoas.




“No tour promocional do meu novo romance, li um conto chamado Vísceras pela primeira vez em público. A ideia era incluí-lo em um outro livro que se chamaria Assombro. Meu objetivo com a história era causar horror com coisas bastante comuns: cenouras, velas e piscinas.


Eu estava em uma livraria lotada em Portland, Oregon. Cerca de 800 pessoas foram o suficiente para atingir a capacidade de lotação máxima do local. Ler Vísceras requer um certo nível de concentração, e por isso você não tem muito tempo para desviar os olhos do papel. Mas sempre que eu podia, o fazia e via algumas pessoas nas fileiras da frente com uma cara não muito boa.


Mas foi só quando eu acabei de autografar alguns livros que um funcionário se aproximou e me disse que dois homens haviam desmaiado. Os dois despencaram no chão de concreto e não tinham lembrança alguma além de estar em pé, ouvir a leitura e acordar rodeados pelos pés das outras pessoas. A livraria estava cheia e abafada, pensei. Foi apenas uma casualidade, nada preocupante.


Na noite seguinte, em uma livraria com ar-condicionado em Borders, outra grande plateia ouvia a leitura de Vísceras quando mais duas pessoas desmaiaram. Um homem e uma mulher.


No outro dia, em Seattle, mais duas pessoas foram ao chão exatamente na mesma parte da história, derrubando suas cadeiras com um estrondo no piso de madeira do auditório. A leitura teve que ser interrompida enquanto traziam os dois de volta à consciência. Foi aí que percebemos que tínhamos um padrão.


Na noite seguinte, em São Francisco, mais três pessoas desmaiaram.


Na seguinte, em Berkeley, mais três. Um jornalista que esteve nas três leituras disse que todas as pessoas caíram no momento em que eu li as palavras “milho e amendoim”. Foi esse detalhe que fez as pessoas despencarem de suas cadeiras. Primeiro, suas mãos tombavam para o lado e seus ombros cediam, fazendo a cabeça pender para um lado. Depois, era o peso todo indo ao chão.


Na livraria de Beverly Hills, em Los Angeles, uma mulher ao fundo do salão gritou pedindo que chamassem paramédicos e uma ambulância, chorando tão desesperadamente que sua blusa ficou encharcada, tendo que ser torcida por seu marido, molhando o chão.


No banheiro masculino, outro homem tentava fugir da história quando se inclinou para lavar seu rosto com um pouco de água fria e desmaiou, batendo sua cabeça contra a pia.


Um repórter do Publishers Weekly escreveu um artigo com a manchete: “Autor de Clube da Luta derruba-os com um soco.”


  Então, você, caro leitor, se sente preparado para o que vem a seguir? Se acha forte o bastante para conseguir suportar algo tão perturbador? Eu, por exemplo, baqueei. E você? Vai cair duro no chão? Então sente-se de forma bem confortável e que você tenha certeza de que não irá cair no chão, porque o que vem a seguir não é brincadeira de criança, mesmo que pareça...
   Divirta-se:



Inspire.

Inspire o máximo de ar que conseguir. Essa história deve durar aproximadamente o tempo que você consegue segurar sua respiração, e um pouco mais. Então escute o mais rápido que puder.

Um amigo meu aos 13 anos ouviu falar sobre “fio-terra”. Isso é quando alguém enfia um consolo na bunda. Estimule a próstata o suficiente, e os rumores dizem que você pode ter orgasmos explosivos sem usar as mãos. Nessa idade, esse amigo é um pequeno maníaco sexual. Ele está sempre buscando uma melhor forma de gozar. Ele sai para comprar uma cenoura e lubrificante. Para conduzir uma pesquisa particular. Ele então imagina como seria a cena no caixa do supermercado, a solitária cenoura e o lubrificante percorrendo pela esteira o caminho até o atendente no caixa. Todos os clientes esperando na fila, observando. Todos vendo a grande noite que ele preparou.

Então, esse amigo compra leite, ovos, açúcar e uma cenoura, todos os ingredientes para um bolo de cenoura. E vaselina.

Como se ele fosse para casa enfiar um bolo de cenoura no rabo.

Em casa, ele corta a ponta da cenoura com um alicate. Ele a lubrifica e desce seu traseiro por ela. Então, nada. Nenhum orgasmo. Nada acontece, exceto pela dor.

Então, esse garoto, a mãe dele grita dizendo que é a hora da janta. Ela diz para descer, naquele momento.

Ele remove a cenoura e coloca a coisa pegajosa e imunda no meio das roupas sujas debaixo da cama.

Depois do jantar, ele procura pela cenoura, e não está mais lá. Todas as suas roupas sujas, enquanto ele jantava, foram recolhidas por sua mãe para lavá-las. Não havia como ela não encontrar a cenoura, cuidadosamente esculpida com uma faca da cozinha, ainda lustrosa de lubrificante e fedorenta.

Esse amigo meu, ele espera por meses na surdina, esperando que seus pais o confrontem. E eles nunca fazem isso. Nunca. Mesmo agora que ele cresceu, aquela cenoura invisível aparece em toda ceia de Natal, em toda festa de aniversário. Em toda caça de ovos de páscoa com seus filhos, os netos de seus pais, aquela cenoura fantasma paira por sobre todos eles. Isso é algo vergonhoso demais para dar um nome.

As pessoas na França possuem uma expressão: “sagacidade de escadas.” Em francês: esprit de l’escalier. Representa aquele momento em que você encontra a resposta, mas é tarde demais. Digamos que você está numa festa e alguém o insulta. Você precisa dizer algo. Então sob pressão, com todos olhando, você diz algo estúpido. Mas no momento em que sai da festa… enquanto você desce as escadas, então – mágica. Você pensa na coisa mais perfeita que poderia ter dito. A réplica mais avassaladora.

Esse é o espírito da escada.

O problema é que até mesmo os franceses não possuem uma expressão para as coisas estúpidas que você diz sob pressão. Essas coisas estúpidas e desesperadas que você pensa ou faz.

Alguns atos são baixos demais para receberem um nome. Baixos demais para serem discutidos.

Agora que me recordo, os especialistas em psicologia dos jovens, os conselheiros escolares, dizem que a maioria dos casos de suicídio adolescente eram garotos se estrangulando enquanto se masturbavam. Seus pais os encontravam, uma toalha enrolada em volta do pescoço, a toalha amarrada no suporte de cabides do armário, o garoto morto. Esperma por toda a parte. É claro que os pais limpavam tudo. Colocavam calças no garoto. Faziam parecer… melhor. Ao menos, intencional. Um caso comum de triste suicídio adolescente.

Outro amigo meu, um garoto da escola, seu irmão mais velho na Marinha dizia como os caras do Oriente Médio se masturbavam de forma diferente do que fazemos por aqui. Esse irmão tinha desembarcado num desses países cheios de camelos, onde o mercado público vendia o que pareciam abridores de carta chiques. Cada uma dessas coisas é apenas um fino cabo de latão ou prata polida, do comprimento aproximado de sua mão, com uma grande ponta numa das extremidades, ou uma esfera de metal ou uma dessas empunhaduras como as de espadas. Esse irmão da Marinha dizia que os árabes ficavam de pau duro e inseriam esse cabo de metal dentro e por toda a extremidade de seus paus. Eles então batiam punheta com o cabo dentro, e isso os fazia gozar melhor. De forma mais intensa.

Esse irmão mais velho viajava pelo mundo, mandando frases em francês. Frases em russo. Dicas de punhetagem.

Depois disso, o irmão mais novo, um dia ele não aparece na escola. Naquela noite, ele liga pedindo para eu pegar seus deveres de casa pelas próximas semanas. Porque ele está no hospital.

Ele tem que compartilhar um quarto com velhos que estiveram operando as entranhas. Ele diz que todos compartilham a mesma televisão. Que a única coisa para dar privacidade é uma cortina. Seus pais não o vem visitar. No telefone, ele diz como os pais dele queriam matar o irmão mais velho da Marinha.

Pelo telefone, o garoto diz que, no dia anterior, ele estava meio chapado. Em casa, no seu quarto, ele deitou-se na cama. Ele estava acendendo uma vela e folheando algumas revistas pornográficas antigas, preparando-se para bater uma. Isso foi depois que ele recebeu as notícias de seu irmão marinheiro. Aquela dica de como os árabes se masturbam. O garoto olha ao redor procurando por algo que possa servir. Uma caneta é grande demais. Um lápis, grande demais e áspero. Mas escorrendo pelo canto da vela havia um fino filete de vela derretida que poderia servir. Com as pontas dos dedos, o garoto descola o filete da vela. Ele o enrola na palma de suas mãos. Longo, e liso, e fino.

Chapado e com tesão, ele enfia lá dentro, mais e mais fundo por dentro do canal urinário de seu pau. Com uma boa parte da cera ainda para fora, ele começa o trabalho.

Até mesmo nesse momento ele reconhece que esses árabes eram caras muito espertos.

Eles reinventaram totalmente a punheta. Deitado totalmente na cama, as coisas estão ficando tão boas que o garoto nem observa a filete de cera. Ele está quase gozando quando percebe que a cera não está mais lá.

O fino filete de cera entrou. Bem lá no fundo. Tão fundo que ele nem consegue sentir a cera dentro de seu pau.

Das escadas, sua mãe grita dizendo que é a hora da janta. Ela diz para ele descer naquele momento. O garoto da cenoura e o garoto da cera eram pessoas diferentes, mas viviam basicamente a mesma vida.

Depois do jantar, as entranhas do garoto começam a doer. É cera, então ele imagina que ela vá derreter dentro dele e ele poderá mijar para fora. Agora suas costas doem. Seus rins. Ele não consegue ficar ereto corretamente.

O garoto falando pelo telefone do seu quarto de hospital, no fundo pode-se ouvir campainhas, pessoas gritando. Game shows.

Os raios-X mostram a verdade, algo longo e fino, dobrado dentro de sua bexiga. Esse longo e fino V dentro dele está coletando todos os minerais no seu mijo. Está ficando maior e mais espesso, coletando cristais de cálcio, está batendo lá dentro, rasgando a frágil parede interna de sua bexiga, bloqueando a urina. Seus rins estão cheios. O pouco que sai de seu pau é vermelho de sangue.

O garoto e seus pais, a família inteira, olhando aquela chapa de raio-X com o médico e as enfermeiras ali, um grande V de cera brilhando na chapa para todos verem, ele deve falar a verdade. Sobre o jeito que os árabes se masturbam. Sobre o que o seu irmão mais velho da Marinha escreveu.

No telefone, nesse momento, ele começa a chorar.

Eles pagam pela operação na bexiga com o dinheiro da poupança para sua faculdade. Um erro estúpido, e agora ele nunca mais será um advogado.

Enfiando coisas dentro de você. Enfiando-se dentro de coisas. Uma vela no seu pau ou seu pescoço num nó, sabíamos que não poderia acabar em problemas.

O que me fez ter problemas, eu chamava de Pesca Submarina. Isso era bater punheta embaixo d’água, sentando no fundo da piscina dos meus pais. Pegando fôlego, eu afundava até o fundo da piscina e tirava meu calção. Eu sentava no fundo por dois, três, quatro minutos.

Só de bater punheta eu tinha conseguido uma enorme capacidade pulmonar. Se eu tivesse a casa só para mim, eu faria isso a tarde toda. Depois que eu gozava, meu esperma ficava boiando em grandes e gordas gotas.

Depois disso eram mais alguns mergulhos, para apanhar todas. Para pegar todas e colocá-las em uma toalha. Por isso chamava de Pesca Submarina. Mesmo com o cloro, havia a minha irmã para se preocupar. Ou, Cristo, minha mãe.

Esse era meu maior medo: minha irmã adolescente e virgem, pensando que estava ficando gorda e dando à luz a um bebê retardado de duas cabeças. As duas parecendo-se comigo. Eu, o pai e o tio. No fim, são as coisas com as quais você não se preocupa que te pegam.

A melhor parte da Pesca Submarina era o duto da bomba do filtro. A melhor parte era ficar pelado e sentar nela.

Como os franceses dizem, Quem não gosta de ter seu cu chupado? Mesmo assim, num minuto você é só um garoto batendo uma, e no outro nunca mais será um advogado.

Num minuto eu estou no fundo da piscina e o céu é um azul claro e ondulado, aparecendo através de dois metros e meio de água sobre minha cabeça. Silêncio total exceto pelas batidas do coração que escuto em meu ouvido. Meu calção amarelo-listrado preso em volta do meu pescoço por segurança, só em caso de algum amigo, um vizinho, alguém que apareça e pergunte porque faltei aos treinos de futebol. O constante chupar da saída de água me envolve enquanto delicio minha bunda magra e branquela naquela sensação.

Num momento eu tenho ar o suficiente e meu pau está na minha mão. Meus pais estão no trabalho e minha irmã no balé. Ninguém estará em casa por horas.

Minhas mãos começam a punhetar, e eu paro. Eu subo para pegar mais ar. Afundo e sento no fundo. Faço isso de novo, e de novo.

Deve ser por isso que garotas querem sentar na sua cara. A sucção é como dar uma cagada que nunca acaba. Meu pau duro e meu cu sendo chupado, eu não preciso de mais ar. O bater do meu coração nos ouvidos, eu fico no fundo até as brilhantes estrelas de luz começarem a surgir nos meus olhos. Minhas pernas esticadas, a batata das pernas esfregando-se contra o fundo. Meus dedos do pé ficando azul, meus dedos ficando enrugados por estar tanto tempo na água.

E então acontece. As gotas gordas de gozo aparecem. É nesse momento que preciso de mais ar. Mas quando tento sair do fundo, não consigo. Não consigo colocar meus pés abaixo de mim. Minha bunda está presa.

Médicos de plantão de emergência podem confirmar que todo ano cerca de 150 pessoas ficam presas dessa forma, sugadas pelo duto do filtro de piscina. Fique com o cabelo preso, ou o traseiro, e você vai se afogar. Todo o ano, muita gente fica. A maioria na Flórida.

As pessoas simplesmente não falam sobre isso. Nem mesmo os franceses falam sobre tudo. Colocando um joelho no fundo, colocando um pé abaixo de mim, eu empurro contra o fundo. Estou saindo, não mais sentado no fundo da piscina, mas não estou chegando para fora da água também.

Ainda nadando, mexendo meus dois braços, eu devo estar na metade do caminho para a superfície mas não estou indo mais longe que isso. O bater do meu coração no meu ouvido fica mais alto e mais forte.

As brilhantes fagulhas de luz passam pelos meus olhos, e eu olho para trás… mas não faz sentido. Uma corda espessa, algum tipo de cobra, branco-azulada e cheia de veias, saiu do duto da piscina e está segurando minha bunda. Algumas das veias estão sangrando, sangue vermelho que aparenta ser preto debaixo da água, que sai por pequenos cortes na pálida pele da cobra. O sangue começa a sumir na água, e dentro da pele fina e branco-azulada da cobra é possível ver pedaços de alguma refeição semi-digerida.

Só há uma explicação. Algum horrível monstro marinho, uma serpente do mar, algo que nunca viu a luz do dia, estava se escondendo no fundo escuro do duto da piscina, só esperando para me comer.

Então… eu chuto a coisa, chuto a pele enrugada e escorregadia cheia de veias, e parece que mais está saindo do duto. Deve ser do tamanho da minha perna nesse momento, mas ainda segurando firme no meu cu. Com outro chute, estou a centímetros de conseguir respirar. Ainda sentindo a cobra presa no meu traseiro, estou bem próximo de escapar.

Dentro da cobra, é possível ver milho e amendoins. E dá pra ver uma brilhante esfera laranja. É um daqueles tipos de vitamina que meu pai me força a tomar, para poder ganhar massa. Para conseguir a bolsa como jogador de futebol. Com ferro e ácidos graxos Ômega 3.

Ver essa pílula foi o que me salvou a vida. Não é uma cobra. É meu intestino grosso e meu cólon sendo puxados para fora de mim. O que os médicos chamam de prolapso de reto. São minhas entranhas sendo sugadas pelo duto.

Os médicos de plantão de emergência podem confirmar que uma bomba de piscina pode puxar 300 litros de água por minuto. Isso corresponde a 180 quilos de pressão. O grande problema é que somos todos interconectados por dentro. Seu traseiro é apenas o término da sua boca. Se eu deixasse, a bomba continuaria a puxar minhas entranhas até que chegasse na minha língua. Imagine dar uma cagada de 180 quilos e você vai perceber como isso pode acontecer.

O que eu posso dizer é que suas entranhas não sentem tanta dor. Não da forma que sua pele sente dor. As coisas que você digere, os médicos chamam de matéria fecal. No meio disso tudo está o suco gástrico, com pedaços de milho, amendoins e ervilhas.

Essa sopa de sangue, milho, merda, esperma e amendoim flutua ao meu redor. Mesmo com minhas entranhas saindo pelo meu traseiro, eu tentando segurar o que restou, mesmo assim, minha vontade é de colocar meu calção de alguma forma.

Deus proíba que meus pais vejam meu pau.

Com uma mão seguro a saída do meu rabo, com a outra mão puxo o calção amarelo-listrado do meu pescoço. Mesmo assim, é impossível puxar de volta.

Se você quer sentir como seria tocar seus intestinos, compre um camisinha feita com intestino de carneiro. Pegue uma e desenrole. Encha de manteiga de amendoim. Lubrifique e coloque debaixo d’água. Então tente rasgá-la. Tente partir em duas. É firme e ao mesmo tempo macia. É tão escorregadia que não dá para segurar.

Uma camisinha dessas é feita do bom e velho intestino.

Você então vê contra o que eu lutava.

Se eu largo, sai tudo.

Se eu nado para a superfície, sai tudo.

Se eu não nadar, me afogo.

É escolher entre morrer agora, e morrer em um minuto.

O que meus pais vão encontrar depois do trabalho é um feto grande e pelado, todo curvado. Mergulhado na água turva da piscina de casa. Preso ao fundo por uma larga corda de veias e entranhas retorcidas. O oposto do garoto que se estrangula enquanto bate uma. Esse é o bebê que trouxeram para casa do hospital há 13 anos. Esse é o garoto que esperavam conseguir uma bolsa de jogador de futebol e eventualmente um mestrado. Que cuidaria deles quando estivessem velhinhos. Seus sonhos e esperanças. Flutuando aqui, pelado e morto. Em volta dele, gotas gordas de esperma.

Ou isso, ou meus pais me encontrariam enrolado numa toalha encharcada de sangue, morto entre a piscina e o telefone da cozinha, os restos destroçados das minhas entranhas para fora do meu calção amarelo-listrado.

Algo sobre o que nem os franceses falam. Aquele irmão mais velho na Marinha, ele ensinou uma outra expressão bacana. Uma expressão russa. Do jeito que nós falamos “Preciso disso como preciso de um buraco na cabeça…”, os russos dizem, “Preciso disso como preciso de dentes no meu cu…”

Mne eto nado kak zuby v zadnitse.

Essas histórias de como animais presos em armadilhas roem a própria perna fora, bem, qualquer coiote poderá te confirmar que algumas mordidas são melhores que morrer.

Droga… mesmo se você for russo, um dia vai querer esses dentes.

Senão, o que você pode fazer é se curvar todo. Você coloca um cotovelo por baixo do joelho e puxa essa perna para o seu rosto. Você morde e rói seu próprio cu. Se você ficar sem ar você consegue roer qualquer coisa para poder respirar de novo.

Não é algo que seja bom contar a uma garota no primeiro encontro. Não se você espera por um beijinho de despedida. Se eu contasse como é o gosto, vocês não comeriam mais frutos do mar.

É difícil dizer o que enojaria mais meus pais: como entrei nessa situação, ou como me salvei. Depois do hospital, minha mãe dizia, “Você não sabia o que estava fazendo, querido. Você estava em choque.” E ela teve que aprender a cozinhar ovos pochê.

Todas aquelas pessoas enojadas ou sentindo pena de mim…

Precisava disso como precisaria de dentes no cu.

Hoje em dia, as pessoas sempre me dizem que eu sou magrinho demais. As pessoas em jantares ficam quietas ou bravas quando não como o cozido que fizeram. Cozidos podem me matar. Presuntadas. Qualquer coisa que fique mais que algumas horas dentro de mim, sai ainda como comida. Feijões caseiros ou atum, eu levanto e encontro aquilo intacto na privada.

Depois que você passa por uma lavagem estomacal super-radical como essa, você não digere carne tão bem. A maioria das pessoas tem um metro e meio de intestino grosso. Eu tenho sorte de ainda ter meus quinze centímetros. Então nunca consegui minha bolsa de jogador de futebol. Nunca consegui meu mestrado. Meus dois amigos, o da cera e o da cenoura, eles cresceram, ficaram grandes, mas eu nunca pesei mais do que pesava aos 13 anos.

Outro problema foi que meus pais pagaram muita grana naquela piscina. No fim meu pai teve que falar para o cara da limpeza da piscina que era um cachorro. O cachorro da família caiu e se afogou. O corpo sugado pelo duto. Mesmo depois que o cara da limpeza abriu o filtro e removeu um tubo pegajoso, um pedaço molhado de intestino com uma grande vitamina laranja dentro, mesmo assim meu pai dizia, “Aquela porra daquele cachorro era maluco.”

Mesmo do meu quarto no segundo andar, podia ouvir meu pai falar, “Não dava para deixar aquele cachorro sozinho por um segundo…”

E então a menstruação da minha irmã atrasou.

Mesmo depois que trocaram a água da piscina, depois que vendemos a casa e mudamos para outro estado, depois do aborto da minha irmã, mesmo depois de tudo isso meus pais nunca mencionaram isso novamente.

Nunca.

Essa é a nossa cenoura invisível.

Você.

Agora você pode respirar.

Eu ainda não.


sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Poesia Matemática





Às folhas tantas 
do livro matemático
um Quociente apaixonou-se
um dia 
doidamente
por uma Incógnita.
Olhou-a com seu olhar inumerável
e viu-a do ápice à base
uma figura ímpar;
olhos romboides, boca trapezoide, 
corpo retangular, seios esferoides.
Fez de sua uma vida 
paralela à dela
até que se encontraram 
no infinito.
"Quem és tu?" - indagou ele
em ânsia radical.
"Sou a soma do quadrado dos catetos.
Mas pode me chamar de Hipotenusa."
E de falarem descobriram que eram
(o que em aritmética corresponde
a almas irmãs)
primos entre si.
E assim se amaram
ao quadrado da velocidade da luz
numa sexta potenciação 
traçando 
ao sabor do momento
e da paixão
retas, curvas, círculos e linhas sinoidais
nos jardins da quarta dimensão.
Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclidiana
e os exegetas do Universo Finito.
Romperam convenções newtonianas e pitagóricas. 
E enfim resolveram se casar
constituir um lar, 
mais que um lar, 
um perpendicular.
Convidaram para padrinhos
o Poliedro e a Bissetriz.
E fizeram planos, equações e diagramas para o futuro
sonhando com uma felicidade 
integral e diferencial. 
E se casaram e tiveram uma secante e três cones
muito engraçadinhos.
E foram felizes 
até aquele dia 
em que tudo vira afinal
monotonia.
Foi então que surgiu 
O Máximo Divisor Comum
frequentador de círculos concêntricos,
viciosos. 
Ofereceu-lhe, a ela,
uma grandeza absoluta
e reduziu-a a um denominador comum.
Ele, Quociente, percebeu
que com ela não formava mais um todo,
uma unidade. 
Era o triângulo, 
tanto chamado amoroso.
Desse problema ela era uma fração, 
a mais ordinária. 
Mas foi então que Einstein descobriu a Relatividade
e tudo que era espúrio passou a ser 
moralidade
como aliás em qualquer 
sociedade.


Millôr Fernandes 

terça-feira, 30 de julho de 2013

Respeito é bom


  Sabe… Odeio os termos “Comer", “pegar", “gostosa", entre outros termos maliciosos quando se tratam de mulher. Porra, a mulher é demais e vocês aí desmerecendo-as, transformando-as em simples objetos. Se vocês tivessem um pingo de respeito, pensariam duas vezes antes de usarem esses termos para se referirem à mulher.
  E vocês, garotas, meninas, mulheres, se respeitem mais, pois se vocês não se valorizarem, não adianta querer que os outros se valorizam se nem vocês o fazem.
  Homem de verdade trata a mulher como mulher, não como lixo ou simples objetos, pois, vocês querendo ou não, a mulher é superior sim. É ela que é linda, cheirosa, e forte, afinal, não aguentaríamos metade do que elas aturam.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

O Brasil está crescendo...

   Como todo mundo sabe, o Brasil está hoje numa época de revoltas e manifestações, e a televisão está mostrando isso. Mas há um porém, caro leitor, a mídia, como sempre, é manipuladora, então, procure sempre pela verdade antes de dar a sua opinião.


domingo, 23 de junho de 2013

O Gigante Despertou

   Esta charge foi feita por uma amigo meu chamado Matheus Marques, espero que gostem.

#ChangeBrazil #OGiganteAcordou #OBrasilAcordou

sábado, 22 de junho de 2013

Prazer

A vida é mais do que meros prazeres comuns. A vida é muito mais do que simples conversar, álcool, drogas, sexo, ou qualquer outra coisa do tipo. Há prazeres que jamais conheceremos, há prazeres que só você pode dar. Há prazeres que só você não o sente. Mas há prazeres que só você pode sentir, e são esses que nós temos que procurar todos os dias, pois são a razão do nosso viver.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

#OGiganteAcordou

   Trouxe-lhes alguns vídeos que explicam tudo. Eles fizeram algo que qualquer um pode fazer. Veja todos os vídeos e mostre ao mundo. Não precisa ser exatamente ser neste blog, desde que você passe adiante a mensagem dos vídeos para o mundo. Isso é um pouco que eu e você podemos fazer. Eu fiz. Você fara?
   O governo quer te ver calado aproveitando a porra da copa das confederações. E aí? Vai ficar calado? Vai continuar se escondendo?

   Veja a seguir quem fez a sua parte:

Cauê Moura:

Rafinha Bastos:

PC Siqueira:

Mr. Maia:

PLanducci:


#ChangeBrazil

   Eu sou sou o primeiro a falar, muito menos o último. Não sou a pessoa mais importante do mundo. Posso ser só um. Eu sou só mais um, mas é de unidade em unidade que alcançamos milhões. Estou aqui para falar nada mais do que o óbvio: O que está acontecendo no Brasil?
   Antes de tudo, se você não sabe o que está acontecendo por que estava de férias nos anéis de Saturno, o Brasil está nas ruas protestando contra o governo. O que parece é que tudo começou quando o governo aumentou a tarifa dos ônibus em 20 centavos (passando a custar R$3,20). Ao meu ver (obviamente) isso foi apenas o estopim.
   Depois de anos e anos de manipulação, roubo, lavagem de dinheiro e muito mais vindo da parte do governo, o povo brasileiro ficou puto. E tudo foi apenas enchendo a bomba que terminou por explodir semana passada em São Paulo. Desde então, protestos vem ocorrendo no Brasil inteiro. Protestos pacíficos. Mas há poréns. Sempre há.
   A mídia (rede globo) quase não traz informações, e quando traz, coloca o povo como vândalos, justificando a ação violenta da polícia. Quer a verdade? O grito dos manifestantes é de PAZ e JUSTIÇA. O meu irmão, que esteve nos protestos em Brasília, foi testemunha disso. De frente para a polícia, o povo gritava "queremos paz", mas quem deveria defender a ordem, respondia mandando tiros de borracha e bombas de gás. Uma delas estourou nos pés do meu irmão que teve consequências físicas nada agradáveis graças tal incidente.
   Mas... Calma lá. Os policiais estão apenas cobrindo ordem de superiores, e muitos deles estão de um lado do conflito enquanto estão querendo estar do outro (e muitos estão quando podem). Porém, há quem vá às ruas para pichar ônibus, quebrar latas de lixo, orelhões e pontos de ônibus. Não há uma única revolução que tenha sido bem sucedida por ter juntado muita gente e dizer simples e pacificamente "Poderiam por favor mudar o país? Obrigado". Não há. Para causar efeito, mostram o quanto podem ser perigosos. Não mudaram por bem, agora vão mudar por mal.
   O gigante acordou, e você pode fazer alguma coisa para mudar o nosso país. Você pode muito bem não querer ir às ruas por causa da sua segurança ou por qualquer outro motivo, mas pode muito bem desligar a sua televisão, ir à internet, ver a verdade e apoiar quem faz número frente aos opressores. Pode fazer como muitos vlogueiros como Cauê Moura, PC Siqueira, Rafinha Bastos e muitos outros botando a boca no trombone, falando a verdade, expondo o real e desmentindo os manipuladores. A revolução chegou ao nosso país, e meios de comunicação como a Veja, a Globo e muitas outras farão de tudo para colocar o povo contra o próprio povo.
   Eu tenho orgulho de ser brasileiro, afinal, agora estamos preocupados com o que está acontecendo com o nosso país e estamos nem aí para a copa das confederações e a copa do mundo. O Brasil está nas ruas. O gigante acordou. Vamos mudar o Brasil, porque a revolução chegou. Eu terei orgulho em dizer para o meu filho, quando ele estiver lendo nos livros de história, sobre tudo que estamos vivendo, que eu participei. Eu fiz a minha parte, e você também pode. Passe essa mensagem para frente. Vamos mudar o Brasil.

domingo, 16 de junho de 2013

Protesto Passe Livre



Antes de você passar reto no vídeo, pare um pouco. São poucos minutinhos.
Curta, compartilhe, mostre ao mundo a realidade. Todos podem fazer a sua parte, seja de onde e como for, só não pode ficar parado, só não pode se calar. É isso que eles querem, é isso o que os porcos capitalistas desses políticos de merda querem que você faça. Fique quieto enquanto o nosso país só vai entrando em decadência cada vez mais. O gigante realmente acordou. O Brasil está indo em direção ao progresso. Estamos fazendo história. Só falta o povo agir. Faça a sua parte.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Achei que era amor, mas era só ilusão

   Fico pensando as vezes, naquele dia que você me disse que eu não tinha tempo para você. Eu só não podia te ver por um dia. Imagina então se eu fosse para Brasília e não pudesse te ver de segunda a sexta? Ou pior, como será que seria se eu tivesse partido para Uberlândia como tinha dito e pudesse te ver apenas nas férias? Dói, sabia disso? Suas mentiras entraram em mim feito navalha, agora você quer ficar de mimimi? Esquece, o estrago já está feito, não adianta fugir.
   Não era você que dizia que me amava mais que tudo? Não era você que me dizia que queria se casar comigo? Não era você que dizia que largaria tudo por mim? Cade você então? Só mentiras, só ilusão...

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Vista Cansada

   “Acho que foi o Hemingway quem disse que olhava cada coisa à sua volta como se a visse pela última vez. Pela última ou pela primeira vez? Pela primeira vez foi outro escritor quem disse. Essa idéia de olhar pela última vez tem algo de deprimente. Olhar de despedida, de quem não crê que a vida continua, não admira que o Hemingway tenha acabado como acabou.

   Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver, disse o poeta. Um poeta é só isto: um certo modo de ver. O diabo é que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar. Vê não-vendo. Experimente ver pela primeira vez o que você vê todo dia, sem ver. Parece fácil, mas não é. O que nos cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade. O campo visual da nossa rotina é como um vazio.

   Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta. Se alguém lhe perguntar o que é que você vê no seu caminho, você não sabe. De tanto ver, você não vê. Sei de um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall do prédio do seu escritório. Lá estava sempre, pontualíssimo, o mesmo porteiro. Dava-lhe bom-dia e às vezes lhe passava um recado ou uma correspondência. Um dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer.

   Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia? Não fazia a mínima idéia. Em 32 anos, nunca o viu. Para ser notado, o porteiro teve que morrer. Se um dia no seu lugar estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser também que ninguém desse por sua ausência. O hábito suja os olhos e lhes baixa a voltagem. Mas há sempre o que ver. Gente, coisas, bichos. E vemos? Não, não vemos.

   Uma criança vê o que o adulto não vê. Tem olhos atentos e limpos para o espetáculo do mundo. O poeta é capaz de ver pela primeira vez o que, de fato, ninguém vê. Há pai que nunca viu o próprio filho. Marido que nunca viu a própria mulher, isso existe às pampas. Nossos olhos se gastam no dia-a-dia, opacos. É por aí que se instala no coração o monstro da indiferença.”


Texto publicado no jornal “Folha de S. Paulo”, edição de 23 de fevereiro de 1992.

Otto Lara Resende

terça-feira, 21 de maio de 2013

Que lugar é esse?

   Onde estou? Está tudo tão escuro. Me levanto para saber onde estou, mas não enxergo nada, está um breu só por aqui. Mas o que seria aquela luz lá ao fundo? Chego mais perto, mas a minha visão ainda turva não identifica o que seria aquilo. Me parece uma vela no chão. Sua luz ilumina meu rosto pálido e minhas mãos trêmulas. Essa luz fraca parece inútil, mas me traz calma, agora eu sei por onde andarei.
   Sigo em frente e encontro uma parede branca. Está áspera como uma lixa, mas vou seguir por ela para ver onde vai dar. Dou poucos passos à direita e vou ao encontro de mais uma parede. Volto e vou para a esquerda agora, mas não dou muitos passos novamente e encontro outra parede. Decido acompanhar dessa vez os limites. Mas é estranho, novamente dou poucos passos e chego ao limite. Até parece que as paredes vieram do nada, afinal, eu corri muito para chegar onde estou e de repente me encontro em um cômodo pequeno e sem portas. O que me intriga mais é a luz da vela que está ficando mais forte, iluminando tudo à minha volta.
   O quarto está claustrofóbico, com alguns arranhões e manchas nas paredes. No centro há um pote aparentemente vazio. Deixo a vela no chão e pego o pote. Parece comum, mas sinto algo estranho, ele parece vibrar em minhas mãos como se estivesse vivo. Abro-o e dele sai pequenas borboletas, de todas as cores imagináveis, cores foscas e brilhantes. Elas crescem e começam a voar ao meu redor em sentido horário. São muitas, não consigo nem sequer contar. Elas me envolvem em uma dança, me perco no meio delas.
   Quando menos espero, vejo-as subindo ao céu azul, o quarto sumira e eu... Onde estou? Parece um campo aberto. Vejo uma árvore grande a meia distância. O pasto segue até o fim do horizonte, onde o céu e a terra eternamente se beijam. A vela não é mais necessária, deixo-a na grama e começo a caminhar.
   Avisto alguém vindo ao meu encontro, parece alguém que conheço, alguém com quem não falo há tempos. Ela passa direto por mim, como se eu não existisse. Começo a olhar mais atentamente ao meu redor e vejo que não é só ela, mas várias pessoas com quem já confiei e hoje não sei nem onde estão. Amigos, melhores amigos, simples colegas. Convivi com muitas pessoas e reencontro-as hoje como se fossem meros zumbis. Namoradas, familiares que já se foram, mas agora os vejo como se não tivessem alma, apenas vagassem sem rumo com seus corpos.
   Quantas histórias de amor, quanto romance, quantas aventuras e brincadeiras estão vagando por aqui. Estaria eu perdido em minhas memórias? Se assim for, posso simplesmente escolher viver aqui e procurar recuperar tais momentos felizes e tristes? Posso. Do mesmo modo que posso tentar fugir daqui e mandar mais pessoas para este cemitério, querendo ou não, e criar novas experiências, novos momentos felizes, novos momentos tristes.
   Escolho viver. Saio pelo campo a procura da saída. As pessoas começam a aglomerar-se ao meu redor, dificultando meu caminhar, até que eu encontro uma escada que vai até uma pequena porta no céu. Subo e volto a viver. Me encontro no meu quarto, deitado em minha cama olhando para o teto.
   Teria sido tudo um sonho? Não pode ser, era tudo tão real. Os toques, os cheiros, os sons. Mesmo assim, quero me convencer de ter sido um sonho. Mas o que é isso que está sob mim na cama. São fotos. Fotos de todos aqueles que deixei para trás na estrada da vida. Agora eu vejo que fora tudo real sim, não um mero sonho, mas uma realidade onde eu tive a oportunidade de viver com as fotos ou viver e tirar novas fotos.
   Memória, fotos e lembranças, tudo o que restou de um passado que não me arrependo de ter vivido, não me arrependo de ter deixado para trás.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Eu só escrevo

   Eu não preciso de leitores, mas os leitores e leitoras precisam ler, e é aí que eu entro.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Eu escrevo

   Eu escrevo. Escrevo por que gosto, por que quero. Escrevo por que amo, por que eu tenho em quem me inspirar. Tenho o que escrever, tenho para quem endereçar. Tem quem precisa, tem quem quer, tem quem evita. Tem quem ame, tem quem odeie. Tem quem ache lindo, tem quem ache gay. Tem eu, tem você, tem o mundo, tem ninguém.
   A cada verso, estrofe ou refrão, não importa como chame, dedico cada letra a uma pessoa diferente, do mesmo jeito que endereço um livro inteiro de imaginação e imaginação para uma pessoa só. Só preciso do meio, pois tempo eu arranjo, vontade eu tenho e criatividade vem do coração.
   Escrever é um dom. Dom que todos temos, ao menos, todos podemos ter, basta ouvir o que o seu coração tem a dizer. Dom de poder transmitir tudo que sente em palavras. Tom que todos temos, mas poucos expressam. Escrever não usa-se apenas palavras, mas sim uma vida de amores, sofrimentos, ódios e prazeres.
   Sim, meu amor, eu escrevo pensando em você, escrevo pensando em outras, escrevo pensando em mim, escrevo pensando em ninguém.  Dedico estas palavras ao destino, que me juntou com tanta gente, pois sem o destino, não teria a quem escrever, não teria o porquê escrever. Sem o destino, a vida não teria graça, afinal, como é que consegue viver sem querer mudar alguma coisa? Se não fosse o destino, não teria como existir o acaso, afinal, o acaso é um destino mudado aleatoriamente por nós mesmos.
   Somos livres para escolhermos o nosso destino.
   Vá, e me deixe com essas palavras. Leve um pouco para você, e mais um pouco para o mundo. Leve o que eu sei, o que eu não sei e o que eu quero saber e, junto de você, crie pessoas, amigos, família, inimigos. Leve às crianças, aos pais delas, aos irmãos e amigos. Faça como uma gota na água e espalhe para o mundo tudo o que tenho a dizer.
  Tudo o que tenho a dizer? Me ajude a juntar tudo o que eu disse e tudo o que quero dizer e teremos a certeza de que não será nem o dízimo do que eu realmente quero dizer, mas com certeza será tudo o que eu pude dizer.
   Apenas vá, pois eu escrevi, e alguém precisa ler.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Desculpa

   Desculpa se eu não fui o bastante para você.
   Desculpa se o meu melhor não é o bastante para você.
   Desculpa se a minha vida não é o bastante para você.
   Desculpa se 6 dos 7 dias da semana é pouco tempo para você.

   A única coisa que eu posso dizer agora é: Boa sorte.
   Boa sorte para encontrar alguém que te ame como eu te amei.
   Boa sorte para encontrar alguém que te respeite tanto quanto eu, que te valorize tanto quanto eu.
   Boa sorte para encontrar alguém que se entregue tanto quanto eu me entreguei para você.

   No mais...

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Onde está a liberdade?

   Vendo, nos dias de hoje (também), há muitas pessoas alienadas, e o governo observa muito bem isso e se aproveita do povo ignorante, tirando a liberdade deles de um jeito que eles não percebam. Uma frase que eu ouvi há tempos meu foi: "Somos obrigados a escolher". Não é verdade? Você tem o DIREITO de votar, mas se não votar, você perde os seus direitos. Se liga, pessoal.
   Eu não disse que sou contra o voto, nada disso, só citei um exemplo. Há outros exemplos que podemos observar na sociedade que nos privam da verdadeira liberdade, basta observarmos com um pouco mais de atenção.
   Nós não temos a verdadeira liberdade, apenas nos colocaram em uma gaiola maior.

Um Pouquinho de Punk Rock para vocês

Grande Garotos Podres!!!

quinta-feira, 11 de abril de 2013

terça-feira, 2 de abril de 2013

Quero (Queremos) o fim da corrupção!!!

Você esta sendo roubado!

LEIAM POR FAVOR!
PRESTEM ATENÇÃO! ASSINEM! COMPARTILHEM! COLETEM ASSINATURAS! CADA UMA CONTA!
É O NOSSO DINHEIRO INDO PARAR NO LUGAR ERRADO!

Para que serve o Poder Legislativo Brasileiro?

1) Câmara dos Deputados e Senado deverão gastar em 2013 R$ 23 milhões POR DIA. Valor equivale aos gastos de seis ministérios
(Fonte: http://glo.bo/Wg7Qqp).

2) Câmara gasta R$ 280 milhões em reforma de imóveis.
Só em banheira de hidromassagem, gastos devem chegar a R$ 1,5 milhão.
(Fonte: http://news.google.com/news/url?sa=t&fd=R&usg=AFQjCNF2A1qIwXqptRZP7X1xcinvfc7vcQ&url=http%3A%2F%2Fexame.abril.com.br%2Fbrasil%2Fpolitica%2Fnoticias%2Fcamara-gasta-r-280-milhoes-em-reforma-de-imoveis)

3) Cada um dos 594 parlamentares do Brasil custa para os cofres públicos US$ 7,4 milhões por ano; veja a lista
(Fonte: http://uol.com/bscWN0)

4) Para sair no Bloco do sumiço: oposição, só depois do carnaval . Mesmo com a inflação deixando o governo em dias difíceis, oposicionistas não aparecem no Congresso.
(Fonte:http://glo.bo/12ylmY7)

5) Orçamento do Congresso é suficiente para construir mais de 163 mil casas populares.
Câmara dos Deputados e Senado Federal terão disponíveis R$ 8,5 bilhões em 2013.
(Fonte:http://noticias.r7.com/brasil/orcamento-do-congresso-e-suficiente-para-construir-mais-de-163-mil-casas-populares-03022013).

6) Salários de vereadores aumentam em 19 capitais do país; veja lista »
Reajuste de 96,6% a vereadores de Rio Branco (AC) é o maior registrado. Valor mais alto é de R$ 17 mil, no RN; o menor, R$ 7 mil, no ES e em RO.
(Fonte:http://g1.globo.com/politica/noticia/2013/01/salarios-de-vereadores-aumentam-em-19-capitais-do-pais-veja-lista.html)

7) Agora deputados preparam projeto que pode elevas os seus vencimentos à R$ 56 Mil por mês. Uma compensação pela perda sofrida com o fim dos 14º e 15º salários.
fonte(http://www.band.uol.com.br/jornaldaband/conteudo.asp?ID=100000579567)

8) Além do salário, deputados têm verba extra de até R$ 34,2 mil para aluguel, viagem de avião e celular.
fonte(http://noticias.r7.com/brasil/fotos/alem-do-salario-deputados-tem-verba-extra-de-ate-r-34-2-mil-para-aluguel-viagem-de-aviao-e-conta-de-celular-20121024.html)

No link abaixo está a Petição eletrônica para a PEC da Reforma do Poder Legislativo.
http://www.avaaz.org/po/petition/PEC_da_Reforma_do_Poder_Legisalativo/?cDVgQbb

E esse é para colocar um fim nesses aumentos abusivos!
http://www.avaaz.org/po/petition/Fim_do_aumento_salarial_parlamentar_acima_da_inflacao/

Documento para impressão e coleta de assinaturas da petição acima. Esse é o passo mais importante!
https://docs.google.com/document/d/1fUjWyq9z0YVixb5ns_Vfq1uZSb6doeqvyPVMb-xHMIw/edit

Imaginem a quantidade de assinaturas que podemos colher se cada um fizer a sua parte colhendo apenas 10 assinaturas. Imaginem!

Se cada um de nós fizermos a nossa parte, podemos arrumar essa zona chamada Brasil! Ajudem por favor!

Endereço para o envio das assinaturas:
Rua Republica do Libano 71 - Osasco - SP
CEP: 06013-970 - Caixa Postal 8

SE VOCÊS QUEREM REALMENTE MUDAR ALGUMA COISA, ACESSEM O LINK E ASSINEM A PETIÇÃO!!!

Por Sylvio Ricardo da Silva

* O 7º e 8º parágrafos foram acrecidos junto a petição pelo fim dos aumentos salariais acima da inflação.

-- Rafael Frota Carvalho

fontes do texto:
http://rb24horas.blogspot.com.br/2012/03/quanto-custa-aos-cofres-publicos-um.html
http://www.em.com.br/app/noticia/politica/2012/10/21/interna_politica,324642/lista-de-beneficios-e-alto-salario-deixam-deputados-federais-longe-da-realidade-da-populacao.shtml
http://jornaloexpresso.wordpress.com/2013/01/09/aumento-de-salario-dos-deputados-provocara-impacto-de-r-18-bilhao-nas-contas-dos-municipios/
http://portalcorreio.uol.com.br/politica/politica/legislativo/2013/03/21/NWS,221399,7,201,POLITICA,2193-CAMARA-REAJUSTARA-VERBA-DEPUTADOS-IMPACTO.aspx
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/os-tamanhos-das-maquinas-publicas?page=3
http://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2012/01/16/camara-reembolsou-r-135-milhoes-aos-deputados-em-2011.htm

fontes da imagem:
http://www.jornaldamidia.com.br/2013/03/14/lula-e-dirceu-apoiam-ideia-de-blindar-rosemary-com-candidatura-em-2014/
http://www.militar.com.br/blog24160-Lula-e-Dirceu-apoiam-ideia-de-blindar-Rosemary#.UVnDFBfF08E
http://www.blogdailha.org/itaparica/14/03/2013/lula-e-dirceu-apoiam-rosemary-para-candidata-a-deputada-federal-pelo-pt-em-2014/
http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/secao/o-pais-quer-saber/

Marco Feliciano

   Muitos reclamam dizendo que não vivemos em uma democracia, que querem liberdade de expressão, mas quando ALGUÉM expressa uma opinião diferente ao dele, tem que ser preso, é racista, homofóbico e tudo mais. Só por que ele segue e acredita na bíblia (Ser contra o casamento gay) ele é homofóbico? Ah, me poupe, seus hipócritas...
   Assistam o vídeo e saibam mais.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Obrigado Deus pela minha vida

   Obrigado, Deus, por todas as felicidades que o senhor me proporcionou na minha vida e que ainda guarda para o resto dela. Obrigado pelos meus amigos, pelas minhas amigas, pela minha família, pelo meu amor.
   Esse é um pouquinho do que eu tenho a agradecer a Ele.
   Sempre que eu ouço uma música me faz refletir: Será que estou fazendo a coisa certa? Estou fazendo o que devia? Bem, nunca se sabe, mas essa música é ótima para refletir (na verdade, muitas músicas dessa banda são ótimas para esse fim, como De Deus não se zomba, Vício, Não quero mais acordar assim, entre muitas outras).
   Eu levo uma frase já vista em muitos lugares para a minha vida, e isso me ajudou a ser quem eu sou. Ela é mais ou menos assim:

"Não procure a pessoa certa, seja a pessoa certa"

   Logo, eu passei a respeitar mais o próximo, procurei ser mais cavalheiro não só com as moças, meninas, mulheres, mas com todos. Não respondo meus pais, mesmo querendo (e isso me livrou de muitas surras). Aí você vem, com aquela voz irônica: Nossa, Leonardo, você é realmente a melhor pessoa do mundo! Só te digo uma coisa: NÃO SOU!!! Quem me dera se eu fosse perfeito mesmo. Já tive deslizes? Sim. Já xinguei? Muito, e as vezes ainda xingo, mas as vezes é bom para extravasar a raiva. Já falei palavrões só por diversão? Sim. Vai dizer que uma pessoa assim é perfeita?
   Ninguém é perfeito, somos todos seres humanos, nós erramos. Não somos Deus para sermos perfeitos em tempo integral, mas faço o meu melhor, faço o possível para me tornar cada vez melhor.
   Só mais uma coisinha que eu quero falar-te antes do vídeo: Deus salvou a minha vida muitas vezes, salva até hoje. ele me cobre para me proteger (Tudo isso, eu tenho certeza que não é só comigo, só estou falando de mim, mas ele já salvou, salva e protege todos nós, seus filhos, como o Pai que ele é). Ele nos ama incondicionalmente, tanto, que Ele deu o seu único Filho (Jesus) para nos salvar e dar vida eterna (João 3:16). Tá certo, pode até parecer clichê, o amor as vezes também é dado como clichê as vezes, mas, sendo ou não (eu não acho nenhum dos dois clichê), esse versículo resume muito bem o que é o verdadeiro amor por alguém. É sacrificar seu bem único e mais precioso pela vida da pessoa amada. E foi isso que Deus fez. Ele sacrificou seu Filho unigênito para salvar a vida de todos os homens e mulheres.
   Se ele não me desse nada, eu só tinha que ser grato por esse ato. Bem, se falei demais? Não. Falei muito pouco, mas espero que esse pouco possa ter trazido algo para a sua vida. Bem, obrigado pela atenção, paciência e audiência nesse blog.

Abraços e que Deus te abençoe!


sábado, 16 de fevereiro de 2013

Erros

   Os erros estão por toda a parte, afinal, somos humanos, não somos?
   Se pudesse voltar no tempo e corrigisse todos os erros da sua vida, você voltaria?
   Bem, eu não. Sim, tem muitas coisas que eu mesmo queria ter feito e não fiz e muita coisa que eu me arrependo de ter feito, mas a vida é feita de escolhas, e a partir do momento que fazemos uma, toda o nosso futuro muda, é assim que mudamos o nosso destino, fazendo escolhas. Então, a partir do momento que cometemos um erro (se é que podemos chama-lo disso), conhecemos pessoas que o acerto não nos proporcionaria conhecer, fazemos coisas que não faríamos do mesmo jeito que não fazemos algo que iriamos fazer se tudo fosse diferente. O hoje seria diferente, poderia ser pior. "Ah, mas poderia ser melhor". SIM! Mas esse melhor pode durar pouco também, do mesmo jeito que o pior.
   Pensem comigo: Nosso Deus é o nosso Pai, e como tal, quer o nosso melhor, e nos ajuda para que, no fim, nós olhemos para trás e ver que tudo que erramos foram experiências para nos tornarmos pessoas melhores, e que, no final de tudo, estejamos felizes.
   Pense em todos os obstáculos que passaram na sua vida por causa de um erro. São esses degraus que superamos que nos fazem crescer. Não se arrependa das coisas que você fez ou deixou de fazer, mas nas vidas que você deixou de ajudar por egoísmo, não quis ajudar.
   Nos filmes aprendemos muito, e foi em um que eu vi tal frase: "Não tenha pena dos mortos, tenha dos vivos, e tenha mais pena ainda daqueles que vivem sem amor". Quem sabe do filme que eu to falando já sabe quem falou.
   Em uma outra música diz: "São mais felizes os que já morreram do que os que ainda vivem. Melhor do que amos é aquele que ainda não nasceu, aquele que não viu as obras más que se fazem debaixo do sol..."
   Pensem sobre o assunto.